O taxista que me leva ao aeroporto de Düsseldorf, ao ver-me de livro na mão pergunta: “conhece a poesia de Farough Farrokhzad?”.
Respondo que apenas conheço o nome de uma das maiores poetisas persas. Vira-se na minha direcção e oferece-me um livrinho, “Divar”, com os poemas em inglês. “Quando o ler passe-o a outra pessoa”, pede-me.
Já no aeroporto o motorista iraniano, professor de literatura no exílio, entrega-me duas bolachas de pistácio “Vieram da minha cidade ( na fronteira com o Azerbaijão) e tem cara de gostar delas”.Quase o abraçava.
Já em Varsóvia entreguei o “Divar” a um universitário português de Braga que conheci no Caffé Nero. Como dizem os polacos Gość w dom – Bóg w dom. Convidado na casa, Deus na casa.
O livrinho de poesia era meu convidado, enriqueceu-me e comoveu-me é tempo de o deixar partir.
Mas que boa iniciativa, ir passando um livro!
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Confesso que o fiz porque o tinha prometido. Sou um pouco possessiva em relação aos livros.
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Acho que se for um livro escolhido com o propósito de o darmos a outra pessoa é mais fácil dizer-lhe adeus! Mas também não me estou a imaginar a dar algum dos livros que comprei para mim, assim. 🙂
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Ó minha, devias ter dado um abraço ao chófer!
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