As “Áfricas” são um puzzle complexo. Onde os conceitos não são os nossos. Com Richard Kapuschinski e com as viagens que fiz ao continente africano comecei a detestar as pessoas vêm para África e vivem na sua “Pequena Europa” e “depois regressam gabando-se de terem vivido em África, que na realidade nunca chegaram a conhecer”. Houve poucos a escrever sobre as “Áfricas” como Kapuschinski, evitando as rotas oficiais e os palácios. No panorama português lembro-me apenas da Baia dos Tigres, de Pedro Rosa Mendes, que nos conduz numa ”viagem sem bilhete, sem horário, sem transporte público, sem “vouchers” com pequeno almoço incluído, sem bebida fresca tomada na varanda à hora do sol se pôr”, pedindo as palavras emprestadas ao Adelino Gomes.
Como “a” África não existe, ou existe apenas como conceito geográfico , vale a pena ver esta sátira (de 2012) sobre a ajuda humanitária europeia. Numa palavra: genial.
PS- O que escrevi acima é um copy-paste de um post meu de 2010. Mantém-se actual.
Obrigada José Milhazes pelo vídeo.