Teimo em não conseguir andar muito tempo por este Norte sem devolver-me ao silêncio do deserto, ou aos murmúrios da noite africana. Teimo em continuar a dar, sempre que possível, um salto ao Sul. A mala está quase feita. E entrei em modo de contagem decrescente. De um amigo, conselheiro bem intencionado e profundo conhecedor de África, recebi um email com algumas recomendações antes da partida para Oshakati, no norte da Namíbia:
– “se te oferecerem vermes Mopani (umas lagartas gordas, maiores do que um dedo indicador, que fazem parte da alimentação tradicional da Àfrica do Sul, Botswana, Zimbabué e Namíbia, e habitualmente são servidas estufadas) não recuses. Pensa neles como escargots, só que sem manteiga de alho”.
– “o preço da cerveja varia consoante ela estar fria ou não”. A cerveja mais bebida em Oshakati é a angolana Cuca (a cidade teve um papel importante na guerra civil angolana), de tal forma que os “bares” informais são conhecidos como “Cuca Shops”. O real faz-se de encontros e convergências a pedir que se decifrem continuidades e contiguidades.
– “burros, cabras e gado fazem parte do ‘mobiliário urbano’. Trava.”
– “uma ‘pequena distância’ significa uma viagem de carro com um minímo de três horas”.
Ai que saudades do firmamento africano. Até já.
Parece-me que não há-de ser assim tão ofensivo explicar delicadamente que na nossa terra habitualmente não se comem lagartas (ou baratas, ou gafanhotos) e que se prefere comer outra coisa.
Pessoalmente, não como coelho, nem lampreia, por exemplo…
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Quem já comeu, como é caso do meu amigo, diz que sabe ao mesmo que o biltong sul-africano. Eu confesso que apesar de comer caracois não tenciono provar lagartas (a não que não saiba que o estou a fazer…).
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Boa viagem! Volte cheia de imagens e de inspiraçao! Para nos e para todos os amantes de Africa!
(um) beijo de mulata
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Boa viagem!
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