Desde a independência que Angola se move numa espiral que hipoteca o seu desenvolvimento. A não-manifestação de 7 de Março é o espelho do país. Reflecte a asfixia. E o medo. Porque é irrisório falar-se de democracia em Angola.
No entanto os angolanos não saíram à rua, porquê?
Há explicações várias para a não inscrição no protesto. Os angolanos calam-se porque são frescas e escritas a sangue as memórias da guerra civil. É uma estratégia de sobrevivência, não destabilizar a vida que têm. Miserável, mas vida.
Deter o olhar sobre os números também ajuda a entender o silêncio. Apenas vinte por cento dos homens e trinta e cinco por cento das mulheres sabe ler e escrever. Quantos saberão usar o twitter ou colocar status no Facebook?
“A hora de Angola ainda não chegou” sustenta Vasco Martins, numa sagaz análise intitulada “ Empty words of revolution in Angola”.
Eu que sou parcial acrescento: infelizmente.
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