Quando não houver cristãos no Paquistão os heróis dos combates retroactivos atacarão com ferocidade Islamabad e os países ocidentais por os terem “abandonado” . Os cínicos serão rápidos a distribuir a culpa.
O nosso empenho na defesa de valores universais como a liberdade religiosa tem de fazer-se ouvir agora, num momento em que os que ousam pensar de forma diferente têm a faca encostada à garganta. Literalmente.
Em apenas dois meses dois políticos paquistaneses foram assassinados por se oporem à denominada Lei da Blasfémia, que prevê a condenação à morte para quem criticar o profeta. Ontem, o executado foi o ministro das Minorias Religiosas do Paquistão, Shahbaz Bhatti, que era o único cristão do executivo paquistanês.
À medida que sucumbe a coragem e a resistência sociedade paquistanesa talibaniza-se perante os nossos olhos. É claro que a cortina se levantou para um último acto.
Já aqui escrevi que cada tragédia tem a sua Cassandra. A Cassandra do mundo ocidental, livre, tolerante e democrático é a indiferença. Temos a certeza que queremos enfrentar as consequências da nossa abdicação?
Na mouche Helena. Excelente post.
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