As famílias alemãs despersonalizam-se, anonimizam-se alegremente comprando mobiliário nessa espécie de bazar do design democrático e low cost: o Ikea. Sala a sala repetem-se os Billy, e as expeditas prateleiras Expedit parecem ter o dom da ubiquidade.
À procura de um novo conceito estético que escapasse à ditadura dos móveis rústicos e ao horror das TV-Sesseln , os alemães tornaram-se numa legião de seguidores do it yourself do Ikea. O preço acessível – num país de forretas -, o toque de modernidade do design e a mcdonaldização do mesmo – os alemães têm pavor a elites e adoram a nivelização social – foram factores decisivos para o sucesso da marca sueca.
Agora o Ikea prepara-se para vender casas pré-fabricadas na Alemanha, as BoKlok, com um look escandinavo e de baixo consumo energético. As mais baratas ficam por cem mil euros, as mais caras por 249 mil. Comprar uma casa passa ser como beber um Nespresso, what else? Ou twittar um status. Basta ligar o computador.
Admirável mundo novo. Vou ali ver o Avatar e já venho.